terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Vamos correr!


Por Emerson Souza Gomes (*)

Diziam os romanos: dura lex, sede lex. A lei é dura, mas é a lei. A Lei 12.619, conhecida como lei do motorista profissional é dura? Sim. Mas não poderia ser diferente: o número de vítimas nas rodovias é belicoso. A lei é bem vinda: saúde e segurança no trabalho pressupõem segurança nas estradas. Acontece que o controle de jornada e as paradas obrigatórias, oneraram substancialmente os custos no modal rodoviário.

No momento em que uma atividade é majorada, das duas uma: ou há fuga de investimentos ou o seu repasse ao mercado. De outra parte, diferentemente de outros países, o modal rodoviário detém boa parcela da matriz de transporte no Brasil (pra lá! de 62%), sendo que os modais ferroviário e aquaviário não estão preparados para suprir um eventual deslocamento de demanda por serviços. Questiona-se: a Lei 12.619 saiu no momento adequado?

Em tempos de lei seca, os rodoviaristas correm para não engolir em... De um lado, medida provisória desonerando a folha de pagamento, após aprovação da Câmara, segue para apreciação do Senado; de outro – chovendo no molhado –, comissão especial, também em sede de legislativo federal, é arregimentada para (re)discutir o tempo obrigatório de descanso dos motoristas. Enquanto isso – lá nos píncaros! – o governo tenta de forma árida – ou seja: na seca! – aprovar um novo marco regulatório para os portos (isto, sem descuidar de rever as concessões no modal ferroviário).

Por fim, na terra do pindorama, se não bastasse a endêmica corrupção, a falta de planejamento é uma constante; de hora a outra surge uma nova lei que põe todos para correr. E quem tem juízo que o faça, pois: “A lei é dura!”. Mas isto já diziam os romanos e ultimamente o problema tem sido outro... [Esta mania de secura]... Então, até mais, ou melhor:

“Vamos correr!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário